Por Juliana Kaiser
Vale o aviso que teremos spoilers por aqui! O filme, lançado ontem na Netflix, aponta de uma forma sensível e clara todos os mecanismos que organizam e mantêm de pé o racismo estrutural no Brasil.
Com o avanço das políticas afirmativas, também conhecidas como cotas raciais, o jovem negro e periférico, filho de mãe solo, consegue acessar o curso de Medicina numa universidade pública.
Como toda mãe, a figura da genitora é apresentada como alguém que se preocupa com o novo espaço de convivência que seu filho irá ocupar. Logo no primeiro dia de aula ela pergunta como foi com seus novos colegas. O jovem respondeu que o pior já passou e que o primeiro dia de aula foi "normal".
Nas cenas seguintes, o que se vê é um jovem angustiado e incrédulo sobre o ambiente onde está inserido. Afinal de contas, ele é um acadêmico de Medicina, o que foi sempre o seu maior sonho.
A música incidental, as crises de ansiedade e todo o desconforto para se inserir naquele ambiente vão apresentando ao espectador a dificuldade de consolidar um processo de diversidade em ambientes, sejam eles corporativos ou acadêmicos.
M8 é um filme que consolida o racismo estrutural brasileiro. Mesmo com políticas afirmativas, é necessário fazer mais. Promover a diversidade implica elaborar e executar ações imediatas de inclusão.
Olhando para as atuais metas arrojadas para tornar empresas inovadoras e alinhadas à práticas ESG, implementar a diversidade se tornou uma prova de 100m. Num grande pacto coletivo para que não fiquemos como o protagonista do M-8, temos de desenhar não só ações de diversidade, mas focar na inclusão para evitar o turnover.
Ambientes inclusivos promovem bem-estar, felicidade e aumentam o tempo de permanência. Vamos falar também sobre inclusão?
Se você já viu M-8, vamos conversar! Se não viu, está promovendo um processo seletivo focado em diversidade e não sabe como promover inclusão, te convido para um café virtual.
É tudo pra ontem.
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